Os filósofos gregos pensavam que o Universo (todos os astros conhecidos na altura, a Terra, alguns planetas, a Lua, o Sol e as estrelas visíveis a olho nu) sempre tinha existido tal como o observavam, ou seja, estático e inalterado na sua constituição.

Na primeira metade dos anos 20 do século XX, Friedmann e Lemaître propuseram, de forma independente, que o Universo estaria em expansão - ou seja, que não seria estático. Ainda nessa década, Hubble demonstrou a existência de mais do que uma galáxia: a nossa Via Láctea e muitas mais outras, muito distantes. Em 1929 Hubble observou um desvio para o vermelho (redshift) no espetro das galáxias, indicando que estas estariam a afastar-se da nossa Via Láctea.

A teoria que atualmente é mais aceite é a que afirma que há cerca de 13,7 mil milhões de anos houve um fenómeno, Big Bang, originando o Universo.

No início, toda a matéria estaria junta num pequeno ponto, muito denso. Após esse momento, houve uma enorme inflação no seu tamanho provocando o afastamento de toda a matéria, facto que ainda se verifica.

A síntese (nucleosíntese primordial) dos elementos químicos mais simples aconteceu nos primeiros 20 minutos após o Big Bang.

A formação das primeiras estrela terá acontecido quando o Universo tinha uma idade de 300 milhões de anos.

O termo "Big Bang" foi usado em 1949 por um opositor à teoria, Fred Hoyle, numa declaração depreciativa, mas foi este termo que passou a ser usado para descrever esta teoria.

Existem diversas provas que levam a que esta teoria seja largamente aceite:

Expansão do Universo - Verificada pela Lei de Hubble.

Radiação cósmica de fundo - É radiação eletromagnética na zona dos microondas relacionada com a temperatura do Universo. Esta radiação foi descoberta em 1965, acidentalmente, por dois investigadores: Wilson e Penzias. Nas últimas décadas esta radiação tem sido mapeada por missões espaciais (COBE, WMAP e Planck), cada vez com maior detalhe.

Abundância relativa dos elementos químicos mais leves - Há concordância entre os cálculos teóricos efetuados, para a produção de elementos químicos que terão sido criados no início do Universo (os de menor número atómico), e as observações atuais.

Paradoxo da noite escura - Se o Universo fosse estático e sempre tivesse existido, a luz das estrelas, mesmo as mais longínquas, já teria chegado até nós, pelo que a noite não seria escura.

Lei de Hubble
Big Bang [© 1 Minuto de Astronomia]

Bibliografia
C. Herdeiro, "Um prémio Nobel para a Universalidade da Física", Gazeta de Física, Vol. 42, N.º 4/5, Sociedade Portuguesa de Física, Lisboa.
S. Hawking, "A Teoria de Tudo - A Origem e o Destino do Universo", Gradiva, Lisboa, 2010.
Gomes, C., (2022) Big Bang, Rev. Ciência Elem., V10(2):026 (http://doi.org/10.24927/rce2022.026), acedida em 08/09/2022.